Proposta de Trump para Gaza gera condenação internacional
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, propôs um plano controverso para que os EUA “assumam” a Faixa de Gaza, sugerindo que os palestinos sejam reassentados permanentemente em outro lugar enquanto o território é reconstruído. Trump descreveu Gaza como um “local de demolição” e afirmou que seu plano a transformaria em um “lugar internacional e incrível”, chegando a chamá-la de “Riviera do Oriente Médio”. Ele não descartou o envio de tropas americanas para alcançar esse objetivo, afirmando: “Faremos o que for necessário”.
A proposta gerou ampla condenação internacional, com críticos argumentando que ela viola o direito internacional e equivale a uma limpeza étnica. A ONU, nações árabes e organizações de direitos humanos rejeitaram o plano, enfatizando que o deslocamento forçado de populações é estritamente proibido pelo direito internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou contra “qualquer forma de limpeza étnica” e reiterou a necessidade de uma solução de dois Estados, com Gaza como parte integrante de um futuro Estado palestino.
Líderes árabes, incluindo os do Egito, Arábia Saudita e Jordânia, se opuseram categoricamente ao plano, chamando-o de uma ameaça à estabilidade e à paz regional. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou a proposta, afirmando que Gaza é uma “parte integrante do Estado da Palestina” e prometendo resistir a qualquer tentativa de deslocar os palestinos. O Hamas, autoridade governante em Gaza, descreveu as declarações de Trump como “incendiárias, ultrajantes e vergonhosas”, acusando-o de visar “eliminar a causa palestina”.
O plano de Trump também gerou reações mistas nos EUA. Enquanto alguns de seus aliados, como o presidente da Câmara, Mike Johnson, elogiaram a proposta como uma “ação ousada”, outros, incluindo o senador Rand Paul, criticaram-na como uma intervenção desnecessária e perigosa. Enquanto isso, facções de extrema-direita de Israel, incluindo o ex-ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, acolheram a ideia, vendo-a como uma estratégia para encerrar o conflito, incentivando os palestinos a deixar Gaza.
A proposta surge em meio a tensões contínuas na região, com o número de mortos em Gaza ultrapassando 47.500 desde o início das operações militares israelenses em outubro de 2023. A comunidade internacional permanece comprometida com uma solução de dois Estados, com a UE e o Reino Unido reiterando seu apoio à autodeterminação palestina e à reconstrução de Gaza sem o deslocamento de sua população. À medida que o debate continua, o plano de Trump enfrenta desafios legais, políticos e humanitários significativos, com pouca probabilidade de obter amplo apoio internacional.
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www.aljazeera.com
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www.cnbc.com