Bolsonaro discute anistia para atos de 8 de janeiro com oposição no Congresso
O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve no Congresso nesta terça-feira (18) para discutir estratégias com senadores da oposição visando destravar a tramitação do projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando vândalos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Durante um almoço com aliados, Bolsonaro pediu que a proposta seja tratada como prioridade pela oposição em 2025, afirmando que há quórum na Câmara para aprovar o projeto.
Segundo senadores presentes, o ex-presidente argumentou que a anistia não o beneficiaria diretamente, mas sim a revisão da Lei da Ficha Limpa, que ele considera usada para perseguir políticos de direita. A proposta em discussão exclui crimes graves, como associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, mas perdoaria condenações por outros delitos relacionados aos atos de 8 de janeiro.
Bolsonaro também afirmou que há apoio popular e político para a medida, citando conversas com líderes partidários, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Ele destacou que a maioria dos parlamentares seria favorável à aprovação do projeto. No entanto, os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente, ainda não se comprometeram a incluir o tema na pauta de votações.
Questionado sobre a possibilidade de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe, Bolsonaro disse ter “zero preocupação” com as acusações, negando qualquer envolvimento em ações golpistas. O ex-presidente também ressaltou que sua prioridade é a anistia, mas sinalizou apoio a mudanças na Lei da Ficha Limpa, que poderia reduzir o período de inelegibilidade para políticos condenados.
A ausência do senador Marcos Pontes, ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, no almoço com os parlamentares da oposição chamou a atenção. Pontes, que se elegeu com apoio do ex-presidente, tem tido relações tensas com a cúpula do PL após insistir em concorrer à presidência do Senado, contrariando a orientação do partido.
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